Autora: Thaís Salema Nogueira de Souza
Orientador: Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca
Ano: fevereiro, 2008
Alimentação, Educação e Promoção da Saúde: concepções e práticas de profissionais da saúde e de educação da rede municipal do Rio de Janeiro
Resumo: os saberes e práticas dos indivíduos se (re) produzem cotidianamente c om base no entrelaçamento da bagagem pessoal com as relações humanas e sociais experimentadas nos diversos espaços coletivos. Nesse sentido, escolas e unidades de saúde se configuram como espaços privilegiados de atuação e investigação. Como formuladores de opinião, professores, merendeiras, agentes comunitários e profissionais de saúde têm papel crucial na difusão de saberes e práticas sobre a alimentação e saúde na sociedade, além de contribuírem na conformação das diferentes identidades. O presente estudo tem como objetivo analisar concepções e práticas que profissionais de saúde e de educação da rede pública municipal do Rio de Janeiro têm sobre alimentação, promoção da saúde e educação em saúde. Para isso, foram consideradas as discussões desenvolvidas no âmbito da sócio-antropologia da alimentação e das novas visões sobre a promoção da saúde e sobre educação em saúde. Nesta pesquisa utilizaram-se metodologias qualitativas e buscou-se valorizar as inter-subjetividades e os significados atribuidos pelos sujeitos às suas próprias experiências de vida. A coleta de dados aconteceu em dois momentos. O primeiro conjunto de dados teve como tema central a alimentação e foram obtidos por meio de quatro grupos focais realizados em 2005 , envolvendo 23 profissionais, de diversas regiões da cidade. O segundo conjunto de dados teve como tema central a promoção e a educação em saúde e foram colhidos em 28 entrevistas realizadas no ano de 2007, junto a profissionais de uma área específica da cidade. O tratamento e análise do material tiveram como referência o método de análise temática proposto por Bardin . Nas análises sobre o universo da alimentação, os debates giraram em torno das mudanças e permanências nos sistemas alimentares, e das novas questões vivenciadas pelo comensal na contemporaneidade. Já nas análises referentes à saúde, promoção e educação em saúde, percebemos que eles se situam em duas vertentes: com discursos e métodos mais tradicionais, normativos, acríticos e pouco dialogais; e com concepções e ações mais progressistas, contextualizadas, interdisciplinares e participativas. Ao final deste estudo, perceberemos que a reflexão sobre a interseção dos papéis de educador e de promotor de saúde, a serem desempenhados pelos profissionais de saúde e de educação, traz novas perspectivas de atuação no desenvolvimento da cidadania e da qualidade de vida da população.
Artigo:
Análise crítica de saberes e práticas sobre alimentação de profissionais de saúde e de educação